A alucinação é a percepção de um objeto sem a presença dele. Essa é a definição que está no dicionário e, talvez, a mais fácil de entender o conceito. Assim, é quando confronta a ilusão, quando há agentes estimulantes. As alucinações acontecem por vários motivos, como após o uso de drogas psicóticas.
O fato que mais nos importa aqui é se atentar para o motivo de que a percepção de alucinação se enquadra quando existe origem interna, da mente. Assim, podem haver variáveis e estímulos ambientais também, mas eles são como impulsionadores e não a percepção inicial.
O que são pacientes psicóticos
Antes de tudo, considere que uma doença psiquiátrica é aquela que acontece quando há um rompimento com a realidade. A incidência se dá em pacientes entre 15 e 35 anos, na maioria das vezes. Assim, os sintomas podem ser delírios ou alucinações.
O problema é que em boa parte das vezes, esses quadros psicóticos acontecem devido à indução de drogas ou a retirada delas (no caso de ausência). Com isso, há o que é chamado de droga psicótica ou até mesmo um fármaco que faz surgir esse efeito.
Curiosamente, a maioria das drogas são psicóticas, especialmente, as ilegais, como metanfetamina, cocaína e crack. Vamos falar mais disso no decorrer do artigo, então leia com atenção.
Os tipos de alucinações
Antes de começarmos a falar desses tipos de alucinações, a gente só vai deixar claro um ponto para que você não confunda. Alucinação é a percepção de coisas que não estão lá ou não estão acontecendo. Podem ser imagens, sons, etc – como veremos abaixo.
Já no caso do delírio, a gente está falando sobre crenças exageradas. Ou seja, é quando a pessoa tem certeza de alguma coisa, porém, sem evidência para isso. Assim, eles nem sempre vem de fenômenos internos, da mente, mas podem acontecer por estímulos externos.
Ambas são manifestações psicopatológicas que podem ser comuns em pacientes psicóticos. Elas também causam discurso ou comportamento que entram na psicose. Porém, acabam sendo diferentes pelo tipo de influência. Vamos agora aos tipos de alucinações que existem.
1 – Alucinação Auditiva
Talvez seja uma das mais comuns ou mais iniciais na vida de quem começa a usar e se viciar em drogas. A ideia é a de “ouvir vozes”. O curioso é que elas podem ser dirigidas à pessoa ou não, sendo hostis ou não. Também acontece audição dos próprios pensamentos.
Uma referência disso vem da mitologia grega e fala sobre os cantos das sereias, além do chamado do Mapinguari, na Floresta Amazônica. As alucinações desse tipo são resultantes das afecções de processos auditivos causados por lesões e alterações do limiar.
Além disso, também podem vir da perda auditiva em vários graus (a surdez), as intensidades sonoras, os zumbidos, os chiados, os ruídos. Outra explicação é que podem ser resultantes da irritação das áreas primárias do córtex auditivo.
2 – Alucinação Visual
Geralmente, a pessoa vê um objeto ou algo que não existe. Porém, eles são tão “reais” que a pessoa não consegue usar argumentação lógica para explicar a remoção deles. É como se simplesmente desaparecessem. Alguns estudiosos falam em “alucinose”.
Quanto às criaturas que são vistas ou objetos, a verdade é que não há padrão ou forma única. Há quem veja clarões, chamas, raios, vultos, sombras, mandalas. Ou há quem veja formatos mais específicos, como de monstros, ETs, demônios, animais, santos, anjos.
Freud explica isso como “fenômenos visuais imaginativos”. Há estudos que falam na divisão dessa alucinação entre as hipnagógicas (antes de dormir e consideradas normais) e as hipnopômpicas (que acontecem ao despertar em estados de coma).
3 – Alucinação Tátil
Tem também as alucinações que acontecem pelo tato. Ou seja, elas podem ser de frio, calor, dor, pressão ou qualquer outro que tenha a ver com esse sentido. É algo visto como o oposto da alucinação visual já que parte de elementos isolados para dar a imagem do todo.
A hipocondria e a histeria são algumas conversões que podem criar os mecanismos alucinatórios e produzir os sintomas. Também acontecem alterações na imagem corporal, que podem vir de membros amputados como se fossem reais.
4 – Alucinação Olfativa
A olfativa é aquela alucinação que causa uma sensação de confusão no gosto das pessoas. Elas podem ser agradáveis ou desagradáveis. Tudo vai depender da patologia e da personalidade de quem está sofrendo com as alucinações.
São comuns em associações com enxaquecas e epilepsia. No entanto, devem ser diferentes dos gostos mais comuns, como amargo ou ácido, que podem ser causados por outras doenças, como as gastrointestinais ou de perfumes.
5 – Alucinação Sinestésica
Nesse caso, a gente tem uma relação subjetiva que acontece de forma espontânea entre uma percepção e outra. Como assim? Elas podem gerar domínios em sentidos diferentes. Por exemplo, a imagem corporal, que tem a ver com sensação espacial, visual e outras.
A explicação, quase sempre, se dá pela concentração de substâncias que chegam na região do Mesencéfalo. Na prática, elas causam desordem nas sensibilidades internas, sendo chamadas de deformações corporais e em contato com outras criaturas.
6 – Alucinação Cinestésica
Esse caso é o mais simples de explicar: é quando existe a sensação de que um órgão imobilizado ou parado está se movendo. Por isso, também são chamadas de alucinações motoras.
Elas podem ser segmentares ou em todo o corpo. “O paciente experimenta a sensação de estar fazendo um movimento ou se movendo em várias direções, como se afundando no leito, por exemplo”, dizem os médicos-estudiosos.
As alucinações menos comuns
A partir daqui vamos falar de algumas alucinações que acontecem, mas que são bem menos comuns, especialmente, no caso das drogas.
De todo modo, é interessante de saber sobre elas porque podem acontecer.
Alucinação Gustatory
Esse tipo de alucinação não é das mais comuns e nem sempre são encontradas em livros de estudo. Porém, considere que tem aparecido com mais frequência nas novas atualizações.
É sobre alucinações que fazem com que as pessoas queiram provar ou falar sobre algo que não é atual.
Alucinação Extracampinas
Aliás, como “novidade”, a gente também pode mencionar as alucinações extracampinas, que são aquelas quando os indivíduos vêm imagens ou ouvem sons fora do seu campo de percepção usual, como nas costas ou atrás da parede. É mais comum em animais.
Esse tipo de alucinação acaba sendo muito confundido com as doenças do sono em humanos, já que podem ser semelhantes ao sonambulismo.
Alucinação Autoscópica
Nesse caso, a gente tem uma situação especial onde o paciente se vê fora do próprio corpo. Também acaba sendo muito confundida com casos de “religiosidades”.
É comum em psicoses tóxicas ou em pessoas que tenham histórico de delírios crônicos.
Alucinação Musical
Esse tipo de alucinação é bem próxima da auditiva. No entanto, ela muda pelo fato de que acontecem tons musicais e melodias sem que se tenha o correspondente externo. Ou seja, a música só está na cabeça da pessoa.
É um tanto quanto comum em casos de doenças degenerativas e da mente, como a Doença de Alzheimer – mais do que em casos de psicose.
O uso das drogas e o comprometimento cerebral
Como a gente viu até aqui, as drogas podem ser as causadoras de várias alucinações – assim como de várias doenças. Isso tem explicação devido ao efeito que é causado no sistema nervoso. Logo, o uso constante e excessivo de drogas causa lesões no cérebro e destruição de neurônios.
Mais para a prática, considere que as substâncias psicoativas, que estão em boa parte das drogas psicóticas, atuam no cérebro e alteram as sensações, o estado emocional, o nível de consciência. Atualmente, elas são classificadas em grupos, como estimulantes, perturbadores e depressores, confira mais abaixo:
- Estimulantes – a pessoa fica mais “elétrica”;
- Perturbadoras – a pessoa tem “alteração cerebral”;
- Depressoras – a pessoa fica mais “lenta”.
Isso explica que as drogas perturbadoras são as que mais causam alucinações nas pessoas. E agora fica mais fácil entender de quais drogas estamos falando, certo? Vamos deixar abaixo mais um tópico falando sobre algumas delas. Leia.
As drogas perturbadoras que causam alucinações
Obviamente, todas as drogas podem causar esses efeitos alucinatórios. Mas, de fato, as perturbadoras são mais eficazes nesse sentido. Entre elas, a gente pode destacar os anticolinérgicos presentes em medicamentos, além dos anticolinérgicos em plantas.
Na prática, a gente tem a maconha, o cogumelo, o cacto, o êxtase e o LSD, como principais referências. Já os estimulantes, que deixam a pessoa elétrica, também podem causar as alucinações, onde entram: cafeína, nicotina, anfetamina e cocaína.
Drogas sintéticas ou naturais?
Esse tópico é mais por curiosidade. O fato que sendo natural ou sintética, elas podem causar alucinações. O que muda é que podem ter a adição de substância química ou não. A maconha e a cafeína são drogas naturais. Já LSD, êxtase e anfetamina são sintéticas.
Há ainda as semissintéticas, que são bem antigas, vindas dos resíduos do vinho, datados em 5.000 a.C. No caso das semissintéticas, nós temos a junção das classes anteriores, que usam a base de drogas naturais e se adiciona o químico, como o crack, a cocaína e a merla.
