Você já deve ter ouvido falar de uma música da Xuxa que pode ter uma mensagem subliminar, e até mesmo satânica, se ouvida ao contrário, certo? No entanto, ao que se sabe, tudo isso não passou de teorias bizarras e que vamos mencionar com mais detalhes abaixo.
Agora, você sabia que realmente existe uma técnica que permite que mensagens subliminares, com o intuito de ficarem ocultas, pode ser usada de verdade? E a gente tem prova disso através de bandas e cantores famosos que já garantiram o uso de tal técnica. Entenda!
Já ouviu falar em backmasking?
Na tradução mais simples, backmasking é mensagem ao contrário ou mascaramento reverso. A técnica envolve um processo premeditado que se popularizou desde a década de 1950 e causa muitas polêmicas até hoje.
Isso porque ela pode ser usada para mostrar mensagens ocultas em músicas. E isso acontece quando as gravações são ouvidas ao contrário. A intenção dos criadores, produtores e músicos pode ser qualquer uma: desde um ato político até mesmo brincadeiras com o público.
Vale lembrar, já citado aqui uma banda, que os Beatles foram os responsáveis por popularizar o conceito de backmasking na música moderna. Isso veio quando John Lennon cantou “Tomorrow Never Knows”, do álbum Revolver. Veja a história.
Tomorrow Never Knows (The Beatles)
O que ele fez foi ouvir o som da música ao contrário na gravação. Ele disse em entrevista que o resultado o agradou. E ele mostrou isso aos companheiros da banda, no outro dia. Mais tarde, ele escreveu a música “Rain” já pensando, propositalmente, nessa técnica.
No entanto, George Martin se negou a gravar a música dessa forma. Ainda assim, o último verso da canção foi gravado ao contrário. Curiosamente, essa música foi a primeira do álbum a ficar pronta e é a última faixa do disco, considerada a mais psicodélica de todas.
Outra coisa é que além desse “efeito”, o grupo também inovou ao usar loops, ter a velocidade aumentada ou diminuída e muito mais. O lançamento foi feito em 5 de agosto de 1966 pelo EMI Studios, em Londres. A música tem 02:58 e é da gravadora Parlophone.
Stairway to Heaven (Led Zeppelin)
Led Zeppelin também aparece na lista dos cantores de músicas com mensagens subliminares. Em uma parte da canção citada aqui, ele tem o que é ficou chamado mais tarde de “trecho inverso”. O resultado é: “Here’s to my sweet Satan” ou “Brindaremos ao meu doce Satã”.
Na época, através da Swan Song Records, que era a gravadora do grupo, eles disseram que “os discos só tocam em uma direção”. O vocalista, Robert Plant, também se negou as acusações: “Stairway To Heaven foi escrita com a melhor das intenções”.
Depois, quando a técnica backmasking já era conhecida, o grupo acabou recuando. O lançamento da música foi em 1971. Até aqui, há quem diga que a mensagem oculta é coincidência e outros dizem que foi proposital. Ninguém assumiu.
Mother People (Frank Zappa)
Para os historiadores da música, esse foi o primeiro caso de backmasking. E, curiosamente, nesse caso não havia dúvidas: foi proposital. Isso porque ele usou a técnica para enganar a censura e a mensagem é bem forte, sendo que foi censurada várias vezes.
A canção Mother People faz parte do álbum We’re Only in It for the Money. E ela não foi permitida pelo editor musical, logo, Zappa precisou editar o verso. Isto é, a canção não foi a público. A mensagem oculta que está no trecho que foi editado é a seguinte:
“Better look around before you say you don’t care/shut your f***ing mouth ‘bout the length of my hair/how would you survive/if you were alive/shitty little person?”. Ou seja: “melhor olhar ao redor antes de dizer que não se importa. Cala a m**da da sua boca sobro cabelo [...]”.
Another One Bites the Dust (Queen)
Aqui temos um clássico de Freddie Mercury e toda a sua equipe de músicos. A música ao contrário pode trazer algo como “It’s fun to smoke marijuana”, ou seja, “é divertido fumar maconha”. A criação foi do baixista John Deacon, da mesma banda.
A música faz parte do álbum de 1980, o The Game. Até hoje é um dos maiores sucessos do Queen, sendo que liga o rock dos primeiros anos com os novos sons da banda, chamado de funk rock. Ficou na parada de rock, de soul e de disco também.
Foi na década de 1980 que a música se tornou famosa entre os cristões, que acusavam pela mensagem subliminar do Queen. No entanto, com o sucesso que a música fez, pouco se deu importância para esse fato. No Youtube, hoje, são mais de 426 milhões de views.
Hotel California (The Eagles)
Essa é considerada a música mais ouvida no mundo, sendo que no seu melhor momento foi a número 1 da Billboard. O fato é que também é uma das músicas mais polêmicas e com várias incitações de que poderia ser uma música satânica. Como assim?
A se começar pelo verso “this could be heaven or this could be hell”, que é algo como “isso poderia ser o céu ou isso poderia ser o inferno”. Se invertida, ela fica: “yeah, Satan. How he organized his own religion. Yeah, well he knows he should. How nice”.
Se você não entendeu o que isso quer dizer, a gente pode traduzir para você, porque é de arrepiar: “Sim Satã. Como ele organizou a sua própria religião. Sim, ele sabe bem que deveria. Que maravilha”. E aí, foi proposital ou não?
Announcement Service Public (Linkin Park)
Esse é um dos casos mais diferentes aqui do texto. Isso porque está mais do que claro que a ideia da banda foi fazer com que as pessoas ouvissem ao contrário a música. Isso porque na ordem correta a música se torna ininteligível.
Mas, se ouvida ao contrário, ela se traduz em algo como “você deve escovar os dentes e lavar as mãos”. E tanto é que os sites de traduções só traduzem com essas frases, ao longo de toda a música, que não tem mais do que poucos minutos.
Portanto, o resultado é que sim, há o uso da técnica backmasking, porém, de um jeito diferente. Já que na técnica inicial e original há sentido tanto nas frases lidas corretamente como nas que são lidas ao contrário, o que não acontece nessa música.
Fire on high (ELO)
A banda Electric Light Orchestra também fez o sucesso com as mensagens ocultas através da técnica proposital. Nessa música, que faz parte de um álbum de 1975, ela tem alguns versos que podem ser entendidos com outro sentido, mas não diabólico.
O verso da introdução, ao contrário fica assim: “the music is reversible, but time is not! Turn back, turn back, turn back”. Ao contrário, mas traduzido, dá para ler algo como “a música é reversível, mas o tempo não é. Volte, volte, volte”.
Curiosidade a parte, a música é uma faixa instrumental e foi lançada em vinil azul. Mais tarde, Jeff Lynne chegou a dizer que a ideia era reprimir a histeria, depois que alegações satânicas foram feitas contra outra música deles, a “Eldorado”.
Eldorado (ELO)
E já que tocamos no assunto, vamos lá. A canção Eldorado é de 1974 e foi usada como Lado B de “Boy Blue”. Jeff era o compositor e disse que a música é onde o sonhador acorda para a realidade, então, decide quem gosta mais do seu mundo de sonho e tenta voltar a Eldorado.
Porém, o grande sucesso da música veio mesmo quando cristãos fundamentalistas diziam que a música tinha mensagens satânicas. Isso quando era ouvida ao contrário. O foco está na frase “aí vem outro dia solitário: jogando o jogo. Vou navegar para longe, em viagem sem volta”.
Para os reprovadores da canção, a frase que soava ao contrário dizia que “ele é desagradável – Cristo, você é infernal. Diz se somos homens mortos – todo mundo que tem a marca viverá”. Lynne negou todas as acusações e até hoje ninguém pode provar.
As Flittermice as Satans Spys (Darktrhone)
E para fechar a lista, outra mensagem diabólica em música ouvida ao contrário. O álbum Transilvanian Hunger, que é da banda de black metal da Darkthrone. E há uma citação em uma das músicas que pode provar isso.
A mensagem ao contrário diz que “in the name of God, let the churches burn”, que é algo como “em nome de Deus, deixe igrejas a queimar”. Esse é o quarto álbum da banda e foi lançado em 1994. Aliás, foi um dos que mais fizeram sucesso por conta da letra.
A música em destaque é a “As Flittermice as Satans Spys”. Com a polêmica, em 2003, o álbum foi remasterizado e reeditado, além de ter sido reembalado em digipak de papelão. Mas, os fãs jamais esqueceram do álbum original, né.
E a história da Xuxa?
Como prometido, aqui vamos nós. Tudo começou em 1980, quando a Xuxa lançou várias músicas em coletâneas. Para muita gente, quando se ouvia o disco de vinil ao contrário, ela teria sentidos satânicos ou, pelo menos, bizarros.
O “Ilariê” pode ser uma invocação do demônio. E “doce mel” pode ser uma referência à Exu, que bebe sangue de crianças. A “Quem quer pão” tem mensagens ao contrário, que dizem “fique do lado do diabo”. Ela, mais tarde, disse que “músicas ouvidas ao contrário trazem sons distorcidos”.
