No Brasil, algumas marcas famosas foram à falência. Mesmo que você não acredite, é verdade. Aliás, ao ler esse texto, você vai ver que muitos nomes aqui já despareceram dos letreiros há bastante tempo, mas ainda ficam guardados na memória.
Os motivos da falência também são curiosos, mas geralmente tem a ver com dívidas. Em outros casos pode ser que não tenham conseguido sobreviver a concorrência. Ou simplesmente uma briga entre herdeiros. É sério. Continue lendo para entender tudo isso.
1 - Banco Nacional (1994)
O Banco Nacional é lembrado até hoje pelo boné do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna. No entanto, vale lembrar que há outras histórias de impacto. Como o fato de ter sido o primeiro patrocinador do Jornal Nacional, da Rede Globo.
No entanto, o fim foi trágico, assim como do maior piloto de F1 do Brasil. Em 1994, o Banco Central interviu. E aí criou o Proer, que era para evitar uma catástrofe no país. No ano seguinte, quebrou de vez e os ativos foram transferidos para o Unibanco.
2 - Gurgel Motores (1994)
Essa é uma daquelas histórias que não dá para acreditar, sério. Historiadores chegam a dizer que a Gurgel foi a primeira empresa a criar um veículo elétrico. E isso, de fato, é verdade. É uma fabricante de carros brasileiros que foi aberta em 1969 por Amaral Gurgel.
Em 1980 lançava os seus carros elétricos. Porém, sem continuidade, a ideia parou. Ainda assim, a empresa vendeu muitos carros, passando dos 3.700 em 1991. Só que um pouco depois entrou em falência por não conseguir competir com grandes fabricantes.
3 - Kolynos (1997)
Esse é um caso curioso e diferente dos outros que temos abaixo. Kolynos foi um creme dental muito famoso no Brasil. Mas, muito mesmo. Em 1997 foi comprada pela Colgate-Palmolive. Só que não foi isso que mudou os rumos da história.
O fato é que o Cade (Conselho de Administração de Defesa Econômica) determinou que a marca deixasse o mercado por 4 anos. Isso porque havia um monopólio do produto. Então, foi lançado o creme dental Sorriso no lugar. Após os 4 anos, a Kolynos simplesmente não voltou.
4 - Lojas Arapuã (1998)
O nome pode parecer desconhecido para você. Só que no início os anos de 1990, essa varejista era muito famosa. Aliás, foi considerada a maior varejista de eletrodomésticos do Brasil. Sendo uma concorrente à altura de Casas Bahia e do Ponto Frio.
No seu ápice, chegou a contar com 265 lojas e mais de 2.000 funcionários. Porém, quebrou em 1998. No ano de 2003, veio a falência. Depois, mesmo com recursos novos, não conseguiu sobreviver e em 2009 finalmente foi oficializada como falida.
5 - Rede Manchete (1999)
A Rede Manchete é considerada um sucesso entre os adultos hoje, que eram crianças naquela época. Aliás, ficou famosa quando tinha programas infantis. Os papais e avôs de hoje em dia se lembram bem da Rede Manchete.
Ela trazia animes e novelas. Foi na Manchete que passou a primeira versão de Pantanal, por exemplo. Além outras telenovelas, como Mandacaru, Ana Raio e Zé Trovão, etc. Na época, tinha mais audiência que a Globo. Porém, saiu do ar em 1999 e deu lugar a Rede TV.
6 - Casa José Silva (1999)
O slogan é lembrado até hoje: “Casa José Silva – a maior butique do Brasil”. O lugar era uma das lojas mais tradicionais de roupas masculinas. Era sucesso pela fabricação de ternos com corte elegante. Os modelos eram feitos em grande escala e sob medida.
No entanto, devido a problemas familiares, sim é isso mesmo, entrou em falência. No fim das contas, sem resolver o problema, a melhor saída foi fechar as portas, o que aconteceu em 1999. Inclusive, as 46 filias espalhadas no país seguiram o mesmo caminho.
7 - Yopa (2000)
A Yopa era uma marca de sorvete que tinha produtos do Mickey e outros personagens da Disney como atrativo. Em 1972, a Nestlé a comprou. Mesmo assim, ela continuou no mercado por longa data até que em 2000 ela foi extinta.
No histórico da Yopa, a gente pode notar que existe muito mais nesse enredo. Isso porque em 1990 formou uma joint-venture com a Gelato (do Grupo Gessy Lever). Mais tarde, a Gessy Lever deixou a Gelato para comprar a Kibon, que era líder de mercado e concorrente da Yopa.
Mas, nada disso muda o fato de que a Nestlé foi a responsável por abolir ou suprimir a marca. Inclusive, marca que havia lançado no mercado novidades, como os sorvetes Lolly Pop, Jatos e Cones, o que era inovador para a época.
8 - Banespa (2000)
Essa é uma daquelas histórias que ninguém acredita. Mas, é real. O Banco do Estado de São Paulo, o Banespa, poderia ser uma instituição financeira de mais de 100 anos. Porém, não resistiu aos impactos financeiros da vida e faleceu. Ou melhor, entrou em falência.
Isso aconteceu logo após a privatização do governo de Fernando Henrique Cardoso. Em um leilão público, ele foi vendido ao Grupo Santander por US$ 7 bilhões. A marca foi extinta e hoje só ficou o prédio histórico do Banespa em uma região famosa da capital paulista.
9 - VASP (2005)
A VASP surgiu em 1933, sendo uma companhia aérea de muito sucesso. Ccaiu por um motivo diferente: uma intervenção federal. Isso porque as dívidas trabalhistas e fiscais inundaram a empresa, mesmo com a fama no setor.
A VASPEX foi a sua principal subsidiária, sendo que prestava serviços de cargas e documentos. Quanto à frota, a VASP operava Boeing e Vickers. Também chegou a ter Airbus e McDonell Douglas. Ainda que fosse importante, há vários relatos de acidentes com aviões VASP.
10 - Varig (2006)
A Viação Aérea Rio Grandense é considerada a primeira companhia aérea do Brasil. Foi fundada em 1927 e chegou a estar entre as maiores empresas privadas do setor. Inclusive, uma concorrente direta da Pan Am, também muito famosa.
O problema é que após os anos de auge, começou a perder altitude. Ou melhor, entrou em processo de recuperação judicial devido a problemas financeiros. Depois que foi totalmente desmontada, ela foi vendida para a Gol, que hoje é muito forte.
Um dos fatores curiosos é que a Varig mantinha várias subsidiárias no país. Por exemplo, a Amadeus Brasil, a Companhia Tropical de Hotéis, a Varig Motores S/A, a Pluna, a Nordeste Linhas Aéreas, a Rio Sul Serviços Aéreos, entre outras.
11 - Texaco (2008)
O caso da Texaco não é bem de falência. Porém, a marca não existe mais. O que aconteceu é que a Texaco do Brasil foi comprada em 2008 pelo Grupo Ultra, que é dono dos Postos Ipiranga. Assim, o negócio bilionário colocou fim à marca conhecida.
Por isso, hoje em dia ninguém encontra mais os postos Texaco no nosso país. No entanto, vale lembrar que a Texaco entrou em processo judicial em outros países. Em 2001, nos Estados Unidos, em um caso que ficou chamado de a maior recuperação judicial da história.
12 - Itautec (2013)
Os mais jovens da internet não vão se lembrar. Porém, quem tem 30 anos ou mais, sim. Itautec era uma marca muito conhecida do mundo digital. Fabricava equipamentos de tecnologia, automação e bancos. Por exemplo, notebooks.
No Brasil, começou a operar em 1979 e havia subsidiárias em vários países. Logo, ninguém imaginava o fim, ainda mais pelo fato de estar no top 10 dos caixas eletrônicos do mundo. Chegou a controlar a Philco. Porém, em 2013, encerrou as atividades.
O que é a falência de empresa
A falência é um processo judicial que acontece por meio de apurações e vendas de bens de uma companhia que não tem mais condições de pagar as dívidas. O falido se torna inabilitado a exercer atividades e o efeito pode chegar a sócios e administradores.
O tempo de duração desse processo pode ser bem longo. Assim, ainda que os bens se esgotem, a empresa falida só encerra a atividade quando há o pagamento de todos os créditos. A extinção acontece após 5 anos do fim da falência quando não há crimes.
Para iniciar o pedido de falência, a empresa tem que seguir a lei. Assim, existe uma lista de pessoas que podem oficializar o pedido, como credores, herdeiros, sócios quotistas e devedores. E é preciso explicar o motivo, como dívidas, execuções frustradas e bancarrota.
Como pagar a dívida de uma empresa que faliu
Para quem quer regularizar a situação de uma empresa que faliu, o passo a passo é bem simples. Ele começa no estudo dos dados da dívida, a ida até a junta comercial da cidade e a ação que tem a ver com o pagamento. Só depois disso tudo vem a baixa.
Para empresas menores, saiba que as dívidas podem ser parceladas. Para isso, vale a pena entrar com recursos e entender sobre as possibilidades de redução de valores originais através de uma negociação. Em casos de sucesso, essa redução passa dos 80% e, por isso, vale a pena.