O código Morse é um sistema de comunicação que usa pontos ou traços para enviar mensagens codificadas. Achou essa explicação comum demais? Então, vamos entender o que é esse código, como ele funciona e até mesmo como usar na prática. Bora lá?
O método tem a ver não apenas com pontos ou traços, mas também inclui letras, números e toda a forma de pontuar que for possível. A ideia é criar uma sequência para que uma mensagem seja enviada à distância, como por rádios.
Como surgiu o código Morse
Ele existe desde 1835 quando o físico norte-americano Samuel Morse criou o telégrafo elétrico. Esse dispositivo usa correntes elétricas para controlar eletroímãs que podem emitir e receber sinais. O mais curioso é que o código só foi validado após quase uma década.
Isso porque foi quando houve a primeira mensagem enviada de Washington para Baltimore, em 1844. Na criação, o código tinha o intuito de transmitir números a partir de um dicionário, onde cada palavra tinha acordo com o número enviado.
Mas, o código foi melhorado e passou a ter letras também, além dos caracteres especiais. Isso permitiu o envio e o recebimento de mensagens mais completas. Um pouco mais tarde, notou-se que a linguagem ouvida também faria sentido e aí começaram a ser usados os sons.
A transmissão do código Morse
Aliás, um dos fatores que fez com que esse código de comunicação tivesse sucesso foi o fato de poder ser transmitido de vários modos e em vários pulsos ou tons.
Vamos explicar isso em uma pequena lista, veja só:
- Os pulsos elétricos podem acontecer através de cabos;
- As ondas mecânicas indicam os sons, chamado de Morse Acústico;
- Já os sinais visuais acontecem quando luzes ficam acendendo e apagando;
- E tem as ondas eletromagnéticas, que são através de sinais de rádio.
Por isso, o código Morse também tem o “título” de ser o único modo de modulação que pode ser compreendido por humanos sem o uso de computador, ainda que isso não seja tão fácil assim, como vamos falar nos próximos tópicos.
O código Morse na comunicação marítima
A comunicação marítima deu uma importância muito grande ao código Morse. Isso porque ela usou tal comunicação até 1999, quando ele foi trocado pelo Sistema Mundial de Socorro e Segurança Marítima.
Uma curiosidade é que a França, através da sua Marinha, fez o uso do código Morse pela última vez em 1997, quando enviou a mensagem: “Chamando todos. Esse é o último grito antes do nosso silêncio eterno”.
Portanto, dá para dizer que a invenção do Morse teve importância em vias marítimas, além da terrestre, considerando que ele também foi usado como padrão internacional para telecomunicações. Porém, com avanços tecnológicos, ele foi perdendo a força.
Entendendo como o código Morse funciona
O código usa uma sequência única de traços e pontos. Assim, há a representação de caracteres, que podem ser letras, números ou pontos. O tempo de duração de cada traço é que vai determinar o triplo do tempo de um ponto.
Calma que é mais fácil do que parece. Os pontos ou os traços são seguidos de um rápido silêncio, que equivalem a duração de um ponto. Já as letras são separadas por um espaço equivalente a três pontos. Ou seja, a duração do ponto é fundamental para se comunicar, como explicado abaixo:
- Ponto (.) – sinal curto;
- Traço (-) – sinal longo;
- Intervalo entre caracteres (entre pontos e traços);
- Intervalo curto (entre letras);
- Intervalo médio (entre palavras);
- Intervalo longo (entre frases).
Com essas regras acima fica bem fácil se comunicar na linguagem Morse. O importante é notar que tudo começou com o circuito elétrico, lá atrás, onde o tempo curto e o tempo mais longo diziam muito. De modo mais atual, a gente teve modificações e criou-se o Morse Internacional.
O código Morse internacional
Essa é uma versão que vem lá de 1948 e apresenta algumas diferenças na sequência do código, incluindo mudanças em letras e adicionando como padrão o alfabeto latino, números arábicos, letras romanas e até mesmo sinais padrões.
Ainda que tenha perdido a sua importância em âmbito marítimo e terrestre, o grande interesse das pessoas está em aprender a língua porque somente quem tem o conhecimento poderá decodificar o código Morse.
Até mesmo porque o sistema não é tão simples de ser compreendido. Para quem quer fazer isso, uma boa ideia é usar a técnica que atribui cada letra a uma palavra-chave que começa com a letra que ela quer lembrar.
Ainda se usa o código Morse hoje em dia
A verdade é que há, pelo menos, dois públicos que ainda fazem uso do código Morse. Um deles é formado por radioamadores, como aparece em filmes. O outro grupo é dos escoteiros. De todo modo, o código faz parte da grade curricular de ensino desses grupos.
Há ainda competições de altas velocidades de comunicação através do Morse, em uma espécie de entretenimento. Há músicos que usam mensagens codificadas em suas melodias. Lembrando que o dispositivo usado como ferramenta para o código é o telégrafo.
E os telégrafos de Morse ainda existem, mas como peças raras, já que foram construídos durante o século 19. Lembrando que o primeiro telégrafo elétrico é do Samuel Morse. Ele funciona através de um transmissor que abre e fecha o circuito elétrico. A mensagem transmitida recebe o nome de telegrama.
O alfabeto do código Morse
De todo modo, se você é bom e memorizar regras, pontos, símbolos, então não vai ter muitas dificuldades com isso. O problema está no fato de que se não usar o alfabeto diariamente você corre o risco de esquecer ele ou parte dele.
Abaixo, a gente vai trazer apenas as vogais desse alfabeto para que você tenha uma ideia de como tudo funciona. Mas, vale lembrar que todas as letras do alfabeto possuem pontos para traduzir o que está sendo “dito”.
- A .-
- E .
- I ..
- O ---
- U ..-
Desse modo, fica claro que não há uma regra única a ser seguida para facilitar a compreensão a não ser as técnicas de memorização de cada letra. O mais fácil talvez seja o T, que é indicado apenas com um traço (-). E o E que é indicado por um ponto (.).
Os números no código Morse?
Os números também podem ser comunicados, ou melhor transmitidos, através do código Morse. Nesse caso, o que muda é que eles possuem sequências de 5 “toques”.
Vamos mostrar isso também em uma lista. Acompanhe:
- 1 .----
- 2 ..---
- 3 ...--
- 4 ....-
- 5 .....
- 6 -....
- 7 --...
- 8 ---..
- 9 ----.
- 0 -----
Ou seja, isso mostra que entender ou mostrar os números são bem mais fáceis porque eles possuem uma sequência.
Como aprender o código Morse
Já chegando ao fim do texto, pode ser que você ainda tenha uma dúvida aí na sua cabeça: como será que é possível aprender o código Morse, mesmo que ele já não seja tão usado nos dias de hoje? A verdade é que não existem fórmula mágica. Mas, há uma boa dica.
Essa dica tem a ver com uma espécie de passo a passo que você pode seguir. Primeiro, aprenda os sinais básicos, como esses que mencionamos acima. Depois, decore o alfabeto Morse. Comece a recitar os sinais. Faça associações entre palavras.
Um próximo passo tem a ver com a prática. Ou seja, ouça gravações, copie livros infantis, escreva para si mesmo em Morse, pratique com outras pessoas. Por fim, faça uso do recurso, o que pode acontecer pelo aplicativo de celular, cursos ou áudio.
Os melhores filmes e séries para aprender sobre o código Morse
Ainda sobre aprender esse alfabeto que é o mesmo que conhecemos, só que de modo diferente na comunicação, a gente pode falar que atualmente existem vários filmes e séries que trazem esse assunto no tema central ou em temas indiretos.
Na lista dos melhores filmes com esse tema, dá para citar o ganhador de vários Oscar, “Parasita”, que é de 2019 e tem várias cenas onde aparecem os códigos Morse. Inclusive, com sinais de luzes. Outro é o “Deixa ela entrar”, que é de 2008 e tem o “Conflitos Internos”, de 2002.
Já na lista dos filmes mais novos, porém, sem uma boa recomendação do público ainda, dá para lembrar do “The Doorman” e do “Tesla”, ambos de 2020. Já o “Midway – Batalha em Alto Mar”, também é uma história recente, que foi contata em 2019. E um antigo é “Balto”, uma comédia de 1995.
Curiosidade: o código Enigma
Uma curiosidade final, já que estamos falando de códigos para se comunicar é o Enigma. Enigma era uma máquina eletromecânica usada para criptografar mensagens durante a Guerra. Ela foi usada de várias formas na Europa a partir de 1920.
O conhecimento geral do público veio em 1930, quando as forças militares alemãs adaptaram a ferramenta de forma mais moderna. A máquina é de rotores. O problema é que ela era tão fácil de ser decifrada que muitos acreditam que foi isso que antecipou o fim da Segunda Guerra Mundial.