A ginástica artística é uma das modalidades de esporte mais difíceis que existem. Os ginastas desafiam o espaço, a física e a gravidade com seus movimentos. O esporte exige coordenação motora, força e flexibilidade para o sucesso de cada aparelho ou apresentação no solo. Devido ao preparo intenso, geralmente os treinamentos começam ainda na infância.
Os treinamentos da ginástica envolvem a iniciação, que acontece quando o atleta tem em torno de 10 anos. Em seguida, os técnicos dão início ao treinamento intensivo e depois na preparação de alto nível. As repetições dos movimentos visam aumentar a força e a flexibilidade do atleta. Assim, os atletas conseguem fazer saltos e movimentos complicados e bastante difíceis. Conheça alguns.
13. Carpado
O carpado não é necessariamente um salto, mas um movimento básico que todo ginasta artístico precisa fazer durante sua apresentação. Se trata de uma técnica preparatória para as grandes estrelas das competições, os saltos. Na posição carpada, o atleta precisa estar com as pernas esticadas e deixar a articulação do quadril flexionada.
Além disso, o tronco do ginasta precisa estar inclinado sobre suas coxas. Lembrando que as pernas não podem estar afastadas, devem ser mantidas juntas. Durante uma competição como as Olimpíadas, por exemplo, o ginasta não pode errar movimentos básicos como esse. A postura é fundamental para a execução perfeita. Consequentemente, ajuda na pontuação.
12. Giro gigante
Assim como carpado, o giro gigante é um movimento básico, porém, muito importante nos exercícios na barra, barrotes ou argolas. O atleta precisa realizá-lo com o corpo totalmente estendido enquanto as mãos seguram um dos equipamentos citados. O nome da técnica é giro gigante pois o ginasta precisa fazer um giro completo do corpo em volta do eixo de apoio.
Para a execução desse movimento, é importante estar com o corpo em uma postura ereta invertida e ter um forte controle da estrutura corporal. O ginasta pode perder pontos se o tronco não estiver estável. Os profissionais afirmam que o momento de impulso do corpo para frente ajuda o atleta a regular a postura quando estiver na posição vertical na barra ou nas argolas. Não é nada fácil.
11. Avião
O avião também é um movimento básico, porém complexo, da ginástica. Os outros exemplos citados também são bastante difíceis e isso porque nem chegamos nos saltos ainda. O avião marca a preparação para as acrobacias, o que o faz ser uma técnica obrigatória nas apresentações. O movimento consiste no levantamento dos braços esticados, enquanto um dos pés sai do chão.
A posição exige o máximo de equilíbrio do ginasta, pois uma das pernas precisavam ficar esticadas atrás. Ou seja, a pessoa só se apoia com uma única perna. Manter os braços abertos na lateral do quadril ajuda a manter o equilíbrio. O avião é um elemento de iniciação e faz parte dos exercícios estáticos das mais diferentes modalidades da ginástica.
10. Flic-Flac
Aqui as coisas começam a dificultar um pouco. Diferente dos demais movimentos básicos, o Flic-Flac não é tão simples, pois fica próximo às técnicas de salta apesar de ser um ato preparatório para acrobacias. Durante a execução, o ginasta busca impulso com os ombros, enquanto os pés deixam o solo.
Os braços devem ficar esticados, após finalizar o movimento. O Flic-Flac é comum nos exercícios de traves, equipamento que exige muito equilíbrio e precisão dos atletas. O treinamento para fazer essa manobra trabalha a força das pernas e dos braços, já que o ginasta precisa se manter com postura ereta e sem perder o equilíbrio. O movimento pode ser feito tanto para frente como para trás.
9. Mortal
O mortal é considerado um movimento básico, mas mesmo assim possui um certo grau de dificuldade. O ginasta não gira em torno de si, mas usa técnica de locomoção para frente ou para trás. O mortal pode ser nas variantes grupada, estendida ou carpada. Por incrível que pareça, o mortal é uma das categorias de salto mais simples da ginástica.
O atleta precisa dar alguns passos correndo, pegar impulso com os pés e finalizar com a inclinação do corpo para frente ou para trás. Muita gente que não é ginasta consegue fazer o mortal, mas a técnica no esporte é um pouco diferente. O atleta deve manter a postura e equilíbrio, pois esses elementos são fundamentais para uma boa colocação nas competições.
8. Salto Pak
Agora sim chegamos nos saltos. Geralmente, o salto Pak é executado nas barras assimétricas, já que é uma técnica essencial para a ultrapassagem de uma barra mais baixa para uma barra alta. Um fato interessante é que o ginasta realiza um movimento similar ao Flic-Flac. Ainda que seja considerado um salto, também se trata de um movimento preparatório pontuado.
Então, ao contrário do que muita gente pensa, não é um salto em que é finalizado no solo. Na verdade, toda a execução é feita no ar. Para a execução ideal do movimento, o atleta usa a barra mais alta como impulso para retomar a pegada na barra menor que está logo à frente. Assim, o ginasta fica com o corpo no formato de arca e as costas levemente arqueadas para trás.
7. Mortal para frente grupado
Apesar de estar no ranking de saltos mais complicados da ginástica, está entre os mais simples da modalidade. Dá para acreditar? Para realizar a manobra, o atleta precisa dar passos de corrida e pegar impulso com os dois pés, assim como no mortal simples. A diferença é que vai inclinar o corpo para frente.
Depois, o ginasta deve elevar o quadril, enquanto leva os ombros aos joelhos. Com essa posição, o atleta irá fazer o giro agrupado em volta do seu eixo transversal. Para finalizar, as pernas ficam estendidas em direção ao solo, enquanto o giro é concluído. O salto fica completo após ficar com o corpo ereto. Assim como os outros movimentos, os braços devem ficar estendidos.
6. Mortal para trás grupado
O mortal para trás grupado tende a ser mais difícil, pois vai contra a “lógica” dos movimentos. Ao fazer esse salto, o ginasta precisa lançar os braços para cima e impulsionar os pés a fim de dar o apoio ao salto para trás. A manobra precisa ser melimetricamente contada, já que existe um momento certo para levar o joelho ao peito.
Na posição com o joelho ao peito, o atleta tem a necessidade de levar as pernas em direção ao solo, se preparando para finalizar o salto com o pé no solo. Lembrando que durante o movimento, o corpo precisa estar grupado, ou seja, dobrado sobre si mesmo. Os pés, artelhos e joelhos distendidos. Para difícil, né?
5. Mortal para trás com pirueta
Já imaginou fazer um mortal para trás com pirueta? Se o mortal simples ou grupado já eram complicados demais, fazer tudo isso com uma pirueta deve ser ainda mais complexo. Nesse tipo de salto, o atleta pega o impulso correndo e lançando os braços. Todavia, no meio do percurso faz a combinação de impulsão, rotação e giro.
Depois de todas essas manobras, o ginasta finalmente aterrissa. Uma curiosidade interessante é que cada salto tem sua posição. Vai depender do que a equipe vai escolher para a série do atleta. As variações são: grupado, esticado ou carpado. O carpado é a segunda variação mais difícil, pois enquanto está com os pés fora do solo, o ginasta flexiona quadril e aproxima as pernas ao tronco.
4. Salto Tsukahara
Entre os saltos mais complicados da ginástica está o Tsukahara. É comum encontrar essa manobra nas provas de solo e de salto, sobretudo em competições femininas. Com o surgimento dessa técnica, o conceito de corpo no voo completo foi estabelecido na ginástica. O criador desse salto foi o ginasta japonês Mitsuo Tsukahara.
O Tsukahara é conhecido por apresentar a clássica corrida de impulso para o salto na posição horizontal. Nas provas de salto, o momento em que o ginasta pega impulso sobre a mesa é fundamental para a execução perfeita. Para a transição ser excelente, a postura do atleta deve ser segura e reata. A parte inferior do corpo precisa ser jogada para trás, sem fechar os ombros.
3. Duplo Twist Carpado
O salto Duplo Twit Carpado é também conhecido como “Dos Santos”. Isso mesmo, o salto foi criado pela gisnasta brasileira Daiane dos Santos. O movimento é uma variação do salto twist tradicional. No entanto, em seguida é realizado um mortal duplo. Daiane executou a manobra pela primeira vez no Campeonato Mundial de Anaheim, nos EUA, durante a prova do solo. Veja só:
Alguns anos depois, a americana Alicia Sacramone passou a incluir o salto em suas séries. No entanto, Daiane inovou em suas apresentações e se tornou a única ginasta a realizar o Duplo Twist Esticado. Esse movimento é ainda mais difícil que o carpado. A Tabela de Elementos chegou a considerar o salto com maior grau de dificuldade. Recebeu o nome de “Dos Santos II”.
2. Yurchenko Double Pike
O salto Yurchenko Double Pike é um movimento criado pela ginasta norte-americana Simone Biles, considerado um dos mais difíceis do mundo. Em português, o nome significa Yurchenko com duplo mortal carpado. Para começar, Biles faz a decolagem do salto de costas para a mesa. Em seguida, dá início a dois mortais em posição carpada, mas com as pernas esticadas. Confira:
Apesar do grau de dificuldade do movimento, a ginasta se mostrou desapontada com a avaliação dos especialistas. Durante o US Classic, a banca deu nota de dificuldade de 6,6 pontos. O salto era esperado pelo público durante as Olimpíadas de Tóquio. Todavia, a norte-americana não competiu nas finais do salto e nem do solo.
1. Salto Produnova
Em primeiro lugar, como o movimento mais complicado está o salto Produnova, popularmente conhecido como o “Salto da Morte”. Uma das maiores responsáveis pelo feito é a ginasta indiana Dipa Karmakar, a primeira mulher de seu país a competir nos Jogos Olímpicos. Além de Dipa, somente cinco mulheres no mundo conseguiram executar o Produnova. Veja só a complexidade no segundo minuto do vídeo:
O salto recebeu esse nome em homenagem a Yelena Produnova, ginasta que criou o movimento. Durante as Olimpíadas do Rio, Dipa conseguiu média de 14.8590 ao realizar o salto da morte. Competiu diretamente com Simone Biles, Maria Paseka e Hong Un-Jong. Terminou as competições em quarto lugar e não levou medalha, mas ainda assim fez história no esporte.
