Entenda a história do ópio e como a planta causou guerras entre chineses e ingleses

A história do ópio é bem intensa e interessante. Ela vai além da flor, da droga e da guerra. Há características que são únicas e exclusivas. Nesse texto, você vai ficar sabendo algumas verdades sobre o ópio, assim como o uso dela na antiguidade e muito mais.

Desse modo, o que podemos adiantar é que nas próximas linhas você vai entender tudo sobre: o surgimento do ópio, o que é o ópio, o ópio como droga, as características, consequências e até mesmo o que causou a Guerra do Ópio.

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Foto: (reprodução/internet)

O surgimento do ópio

Falar da origem é complicado porque não se tem relatos reais ou fatos que podem comprovar o surgimento do ópio. No entanto, as pistas surgem e dão os melhores caminhos a serem seguidos. Elas falam sobre a crença dos povos antigos para com a papoula, a planta do ópio.

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Em esculturas e outras descobertas dá para notar que os povos antigos viam a planta muito mais do que uma simples planta. Fora que arqueólogos descobriram que haviam fabricação de pequenos frascos (ou cápsulas) de papoula, usadas para fazer o ópio.

Esses itens foram encontrados em Levante, entre o Egito e o Oriente Médio. E cientistas tiveram a certeza de que ali havia um sistema organizado de fabricação e distribuição do ópio e de outros produtos psicoativos.

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Antes disso, na Mesopotâmia

No entanto, antes disso, já se sabe que o ópio era cultivado na Mesopotâmia. Os assírios podem ter sido os primeiros povos a usarem a planta. Como sabem disso? Quando se lê escritos como o “Hul Gil”, que fala sobre a “planta feliz”.

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Em tumbas egípcias foram encontrados resíduos de ópio e isso não surpreendeu ninguém porque a planta era mesmo cultivada em todo o Egito. Ah, em Odisseia, de Homero, há uma passagem que contra sobre Helena de Troia.

O conto diz que ela mistura uma droga no vinho que afasta as memórias tristes, a dor e a raiva. Estudiosos correlacionaram o nome de “Tom” que é citado no livro com o deus Thoth, que foi quem ensinou a humanidade sobre o ópio, conforme pesquisas sobre a Grécia Antiga.

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Na Grécia e em Roma

Além de Egito e Mesopotâmia, saiba que na Grécia, o Dioscórides falava sobre como colher a planta, usando palavras como “orvalho”, “corte” e muito mais. “Quando o líquido sair, use o dedo para colocar em uma colher”.

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O mesmo autor falava que a droga poderia matar se consumida em excesso. Já em Roma, a substância era incluída em vinho e usada para combater a insônia. Havia até uma bebida feita com as folhas de papoula, a Mêkonion.

Sem contar que ele era vendido em tabletes. Com isso, o que se pode ter certeza é que a droga está no comércio internacional há mais de 1.000 a.C e isso tem sido provado cada vez mais pelos estudos arqueológicos e os escritos antigos que vão sendo traduzidos.

O que é o ópio, de verdade?

Atualmente, deixando um pouco da história antiga para trás, saiba que o ópio é a tradução para algo como “suco da planta”. Assim, temos uma mistura de alcaloides extraídos de uma espécie de papoula e que possui ação analgésica, narcótica e hipnótica.

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Logo, se consegue o ópio através da desidratação do suco espesso (uma espécie de látex) que vem dos frutos imaturos (chamados de cápsulas) da planta. Esse suco tem 12% de morfina, um tipo de analgésico que também pode ser processado a partir da heroína e outros sintéticos.

Além da morfina, esse látex tem também codeína e tebaína, além de papaverina e noscapina. Isso prova porque a planta e, depois o ópio, possuem valor histórico e cultural tão importante no que diz respeito a ser um tipo de droga.

As características do ópio

O ópio é um suco denso, coagulado e chamado de látex leitoso da papoula. Ele é extraído através da cápsula da planta e depois da floração. Tem um cheiro marcante e desagradável. O odor vem com o calor, que o torna mais incômodo. O sabor é amargo e a cor é castanha.

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A ação dele está em duas formas. Pode ser de ação deprimente devido a morfina, codeína, papaverina, narcotina e narceína. Ou seja, atua no córtex cerebral, no sistema respiratório e nas fibras musculares de vários órgãos.

Assim como pode ser de ação excitante. Sendo que nesse último caso, os motivos se dão pela laudanosina e tebaína. 

O ópio como droga

O ópio chegou na Ásia e em todo Oriente de forma mascarada, mas com essa ideia de gerar euforia, sono onírico e também a dependência química. Porém, mais tarde ficou sabendo sobre as causas mais graves, como decadência física e intelectual.

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Além disso, se tornou um veneno. Hoje, a medicina faz o uso do ópio como alcaloide (especialmente por conta da morfina e da papaverina) e para fins de sonífero analgésico.

Lembrando que até o século 19, a venda da droga era liberada porque ainda havia muitas dúvidas sobre ela e sobre os benefícios para aliviar dores ou sofrimentos. Ele pode ser consumido em comprimidos, supositórios ou fumados em cachimbos.

As consequências da droga

A longo prazo, o uso do ópio causa consequências graves, como irritabilidade, degeneração mental e intelectual, além de declínio de hábitos sociais. Fora isso, os usuários possuem baixa resistência à infecções, perda de peso e pele amarelada.

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Outros sintomas passam pela abstinência, que pode começar a partir de 12 horas e em várias formas. Entre as consequências mais comuns, dá para falar sobre:

  • Diarreias;
  • Rinorreia;
  • Lacrimação;
  • Suores;
  • Falta de apetite;
  • Calafrios;
  • Tremores;
  • Câimbras abdominais;
  • Insônia e vômitos.

Daí vem a Guerra do Ópio

Essa é uma parte da história que é mais fácil de explicar. Tudo aconteceu a partir do tráfico ilegal do ópio. Quando a Companhia Britânica das Índias Orientais (Inglaterra) promovia a venda no mercado chinês e até obrigava o consumo local.

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Porém, isso causou um conflito direto que ficou chamado em Guerra do Ópio. Com a abertura do mercado chinês aos produtos ingleses, o ópio chegou e esse conceito civil foi impulsionador para o fim do regime imperial do país asiático.

O resultado direto disso é que hoje em dia os maiores produtores são do Oriente, como China, Irã, Índia, Líbano, Iugoslávia, Grécia, Turquia e países asiáticos no geral.

Ainda não entendeu a Guerra?

Vamos lá para que não fiquem dúvidas. Saiba que os ingleses compravam o “chá” dos chineses e levavam o ópio para a Europa e América. O motivo é que havia um grande mercado que demandava esse produto, especialmente, para uso farmacêutico. 

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Naquela época, o ópio era usado para curar feridos de guerra e pessoas com doenças com dores intensas. Fora o uso da droga ilícita, como bem se sabe. O que acontece é que imperadores chineses começou a notar a dependência química entre a própria população.

Então, a partir de 1800, a China criou decretos para proibir o consumo do ópio. Porém, elas foram ignoradas pelo pessoal do Reino Unido e o comércio continuou intenso. Em 1839, a China interrompeu todo o comércio e apreender mais de 20 mil caixas do produto.

Guerra à China

Por esse motivo, mexendo com as finanças dos ingleses, a China se viu em guerra com os comerciantes europeus. A chamada “primeira Guerra do Ópio” foi entre 1840 e 1842, sendo que levou a derrota chinesa e subordinação da China as potências ocidentais.

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Eles exigiam a abertura do mercado e daí vem o Tratado de Naquim, entre a dinastia chinesa de Manchu e o Reino Unido. Porém, mais tarde, foi considerado um “Tratado Desigual”. Em 1856, a China embargou navios da coroa inglesa e violaram o Tratado.

O resultado você imagina: a segunda Guerra do Ópio. Ela foi entre 1856 e 1860. Assim, foi a partir dela que os chineses venceram, inclusive, tomando a capital do império britânico, a cidade de Pequim. Com a ajuda dos franceses, eles conseguiram a façanha em 1860.

Outras drogas comuns desde a antiguidade

Para quem viu que a história do ópio vem bem antes do que se imagina, considere que as antigas civilizações também encontraram outras drogas, através de plantas. Por exemplo, a lótus azul, que é um alcaloide psicoativo que causa euforia.

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A beladona, que poderia causar até a morte. Ela foi mencionada por poetas como Ovídio. E tinha ainda o peixe do Mediterrâneo, chamado de Sarpa Salpa, ou peixe dos sonhos, que causava alucinações e foi consumido na Roma Antiga. 

Curiosidade a parte, acredita-se que é dessa história antiga que vem alguns nomes, como do deus grego Morfeu, que é considerado o deus do sono. 

O ópio como remédio é proibido?

E pode ser que você tenha ficado com essa dúvida, né. Então, saiba que hoje em dia os remédios são vendidos em formados de opioides, isto é, substâncias do ópio. Eles podem ser sintéticos e semissintéticos. Ou seja, podem ser vendidos em farmácia.

No entanto, quase sempre, estão atreladas as receitas médicas obrigatórias. Bons exemplos são aqueles que regulam a dor (endorfina, dinorfina e encefalina), além dos derivados direto (morfina, heroína, codeína, tramadol).

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