Primeira Guerra Mundial: as histórias mais incríveis de ex-combatentes

No começo da Primeira Guerra Mundial, estima-se que 20 milhões de homens foram mobilizados para os combates. Com o tempo, esse número chegou aos 70 milhões de soldados. Assim, 18 milhões eram russos, sendo a maioria. O resultado direto foi: 10 milhões de combatentes mortos e mais de 20 milhões de feridos.

Os alemães e russos foram os povos com mais mortes, sendo 2 milhões cada um, pelo menos. Somente na batalha de Somme foram 1,2 milhão de vítimas fatais. Já os civis mortos somaram 10 milhões conforme historiadores. Foi um período marcante para militares que atuaram na guerra, veja os relatos desses ex-combatentes.

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Foto: (reprodução/internet)

Maurice Retour (França)

Em Nantes, na França, há alguns anos uma história chamou a atenção. É sobre Maurice Retour, que foi marido de Yvonne Retour. Eles se escreviam todos os dias contando sobre seus cotidianos, inclusive, com os horrores da guerra que Maurice vivenciou na pele.

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Foto: (reprodução/internet)

Mais tarde, na verdade quase 1 século depois disso tudo, os netos encontraram as cartas, deixando o mundo emocionado. Em uma delas, a esposa pergunta ao marido, combatente da Guerra: “Meu amado Maurice, voltarei a te ver”?

Yvonne perdeu Maurice em 27 de setembro de 1915, grávida da sua filha. Assim, ela criou o filho (Michel) e a filha (Emmanuelle) sozinha. Quando Maurice foi repatriado, ele concebeu a filha mais jovem, porém, não conseguiu ver porque morreu logo depois.

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Enrique Fernando (Áustria)

Quem contou a história foi Ulrich Habsburgo-Lorena, o neto do Enrique. E a história emociona também. O avô foi enviado para a Guerra em 1914, bem ao front russo. Depois, também foi enviado para a Itália para outras batalhas.

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Foto: (reprodução/internet)

Enrique era pintor e deixou vários quadros retratando as cenas da época mais sombria que viveu, perto de Lutsk, na Ucrânia. “Pintou barcos militares, cemitério judeu e poucas cenas de batalha”, disse uma testemunha que garante que o pintor via sempre o mais bonito do mundo.

O artista aristocrata famoso naquela época entra na lista de histórias emocionantes porque era apaixonado por fotografia e conseguiu conceituar as cenas de guerra de maneira muito formosa. Na República Austríaca, as obras foram confiscadas.

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Stuart Cloete (África do Sul)

Aos 17 anos, ele foi comissionado para as trincheiras da Primeira Guerra Mundial. E mais tarde contou que “o sol inchou os corpos com os gases e muitas vezes os deixou azul, quase azul marinho. Eles ficavam podres”, trazendo cenários horripilantes da Guerra.

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Foto: (reprodução/internet)

Mais tarde ficou conhecido por ser um ensaísta, escritor e biografo sul-africano de grande repercussão. Ele nasceu em Paris e isso explica o motivo de ter ido para a Guerra. Foi filho de mãe escocesa e pai sul-africano de origem holandesa.

Assim, era um estudante modesto, que esteve na França e na Inglaterra a partir dos esforços dos pais. Mas, aos 17 anos foi enviado para a Guerra. Foi ferido duas vezes e sofreu de amnésia, sendo tratado em hospital de Londres, onde se casou com uma enfermeira.

Istvan Petnehazy (Ucrânia)

Esse é um homem que nunca saiu da sua cidade, Koson. Foi lá que nasceu. No entanto, a sua casa mudou de país por pelo menos 5 vezes. Como assim? Isso mostra um dos efeitos da Primeira Grande Guerra Mundial: as mudanças de territórios.

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Foto: (reprodução/internet)

Assim, quando ainda tinha 86 anos, o Istvan contou que a língua falada por seus familiares era húngara. Mas, a cidade hoje está na Ucrânia e faz fronteira com a Hungria. Na época em que o pai era vivo, a comuna fazia parte do império austro-húngaro.

Quando o ex-combatente nasceu, no ano de 1932, o povo já era da Checoslováquia, um estado novo que veio da divisão dos impérios. Mais tarde, a União Soviética tomou o lugar e ficou sendo parte da Ucrânia. Ou seja, um turbilhão de mudanças sem ter saído do lugar.

Sgt. Alvin C. York (Estados Unidos)

Ele foi um herói de guerra. Essa lembrança é marcada em um estojo de couro marrom que leva a sua inscrição em letras douradas. O herói americano retornou do front, fundou uma escola rural para as crianças pobres e tem uma das histórias mais emocionantes da Guerra.

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Foto: (reprodução/internet)

Alvin York, no ano de 1917, era um camponês analfabeto de 30 anos. Ele foi convocado para ir para a França lutar na Guerra. Sem saber de nada, se destacou pela bravura. Em 1918 se tornou herói da batalha Meuse-Argonne, próximo a Verdum.

O grupo dele tinha 25 soldados alemães e fez mais de 100 homens prisioneiros. Assim, se tornou sargento e com várias condecorações militares, como a Medalha de Honra Croix de Guerre. “Queria que todas as crianças do Tennesse tivessem uma oportunidade”.

Aníbal Augusto Milhais (Portugal)

Outra curiosidade: um português famoso por ter sido um herói de Guerra, e da Primeira Guerra. Aníbal tem uma história incrível que virou filme. Ele fazia parte do continente de mais de 75 mil homens que Portugal enviou aos Flandres. Ou seja, atuou na batalha de La Lys.

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Foto: (reprodução/internet)

Milhais desobedeceu às ordens de superiores e ficou sozinho para enfrentar tropas inimigas. O que aconteceu? Durante 4 dias saiu correndo entre vários abrigos, disparando posições e criando a ilusão para as tropas alemãs de que a posição estava a ser guardada por vários soldados.

Com isso, soldados alemães acabaram contornando o ponto e deixando o português sozinho para trás das linhas inimigas. Assim, ele ainda acabou por se reencontrar com o seu batalhão devido ao auxílio de um oficial escocês. O feito valeu homenagens diversas.

Dang Van Com (Vietnã)

Nem só de histórias de superação se vive a Guerra não é mesmo? O que se tem de Dang é apenas uma foto em preto e branco, que mostra um pouco do que representou esse jovem vietnamita que foi enviado à França para a Primeira Guerra Mundial.

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Foto: (reprodução/internet)

Junto com recrutas da Indochina, ele só tinha uma missão homérica que era lutar com os militares alemães. E a foto é a única coisa que sobrou dele porque após a colônia, qualquer vínculo com colonos franceses poderia se tornar motivo de morte. Assim, tudo sobre ele foi queimado.

Lembrando que mais de 10 mil vietnamitas foram convocados para essa Guerra, sendo que a maioria ficou no front enquanto outros trabalhavam em fábricas ou fazendo estradas de trem. A maioria era pobre e sem educação, diferente de Dang, que era de classe média.

Lawrence McCarthy (Austrália)

Um australiano nessa lista é para se estranhar, concorda? Mas, calma lá que você vai entender porque o Lawrence era um dos caras mais temidos da Primeira Guerra Mundial. Ele comandava uma companhia que lutou na França e em Gallipoli.

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Foto: (reprodução/internet)

Assim, temos uma das guerras mais trágicas do mundo com consequências terríveis. Ele era estrategista e muito perspicaz. Prova disso é que McCarthy descobriu uma trincheira alemã armada e matou 20 alemães, capturando outros 50.

Aliás, ainda vem a parte que ele dominou a trincheira toda da Alemanha. O australiano é muito admirado pela nação australiana. Até mesmo os inimigos que não foram pelo ar o cumprimentaram pelo excelente trabalho. É mole, meus amigos?

Simo Hayha (Finlândia)

Em algum momento, esse nome apareceria por aqui. Afinal, se é para falar de ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial, o “Morte Branca” não poderia ficar de fora da lista. O motivo? Foi considerado o soldado finlandês mais eficiente de todos os tempos.

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Foto: (reprodução/internet)

Ele era um franco-atirador que matou aproximadamente 545 pessoas. Ele nunca falou sobre isso de maneira pública, mas há dados do diário dele que dizem mais do que isso. E as mortes são todas do Exército Vermelho, durante a Guerra de Inverno.

O mais cômico e até mesmo trágico é que o exército soviético tentou vários planos para se livrar dele, até que conseguiram. Isso foi em 1940 quando o Simo foi atingido com um tiro na mandíbula durante um combate corpo-a-corpo. Ele foi resgatado por aliados.

José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (Brasil)

E como todo mundo espera, a gente trouxe um herói de Guerra brasileiro. O José Pessoa esteve em vários combates de guerra, inclusive, na Primeira Guerra Mundial. Isso foi em 1917, após fazer estágio na Escola Miliar de Saint-Cyr.

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Foto: (reprodução/internet)

Mais tarde, em 1919, ele recebeu elogios e até uma promoção a capitão, por bravura, pelas forças francesas. Quando retornou ao seu país de origem, ficou no comando dos Tanques do Exército Brasileiro até se tornar subcomandante a Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro.

Assim, considere que o Marechal José Pessoa faleceu em agosto de 1959. Todavia, antes de morrer chegou a ocupar a presidência da Comissão de Localização da Nova Capital Federal, que tinha a função de examinar as condições gerais de Brasília.

Os números pós-guerra

A gente começou o texto trazendo dados sobre o número de soldados. E vamos terminar falando de outros dados, no pós-guerra. Assim, foram 6 milhões de prisioneiros, 10 milhões de refugiados na Europa, 3 milhões de viúvas e 6 milhões de órfãos.

Além dos números, o desfecho foi o fim de impérios, a criação de novos países, as transferências de colônias e a criação da Sociedade das Nações. A Primeira Guerra Mundial começou em 1914 e foi até 1918 em todos os continentes do mundo.

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