Saiba quem é Theodore Kaczynski, o homem por trás do nome "Unabomber"

A série que saiu na Netflix sobre o “Unabomber” fez o maior sucesso. No entanto, ainda que seja sobre um fato que realmente aconteceu, muita gente quase que não acredita. A gente vai usar esse texto para falar sobre a veracidade desses fatos, inclusive, contando sobre quem está por trás do “personagem”.

Theodore Juhn Kaczynski. Esse é o nome dele. O Theodore nasceu em 22 de maio de 1942 e hoje se encontra preso no ADX Florence, uma penitenciária norte-americana, com segurança máxima e chamada de “Alcatraz das Montanhas Rochosas”.

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Foto: (reprodução/internet)

O que o Unabomber estudou?

Aqui entra a primeira curiosidade do texto. Para quem não sabe, o Theodore é um matemático, professor e sim, também é considerado um terrorista. Aliás, ele estudou na Harvard College durante a faculdade. No ensino médio esteve na Evergreen Park Community.

Foto: (reprodução/internet)

Em Harvard, ele morou na 8 Prescott Street, que foi criada para acomodar calouros jovens. Depois, foi para a Eliot House. Naquela época, os comentários sobre ele eram: “reservado” e “gênio”. Além disso, falam sobre “quieto” e “gentil”.

Assim sendo, ele teve o diploma de bacharel em Artes pela Universidade de Harvard no ano de 1962 e terminou os estudos com uma média de 3m12 GPA acima da média.

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O que aconteceu em Harvard?

Aqui, vale mencionar uma fase que é muito importante e, para vários especialistas no assunto, explicam as tomadas de decisões do Ted, como ele era chamado. Ainda em Harvard, ele passou por um experimento psicológico, que foi considerado “brutalizador”.

Foto: (reprodução/internet)

Mais tarde, a gente veio a saber sobre um tipo de exame contra os direitos humanos, que foi feito pela CIA. Os encontros foram filmados e tudo durou praticamente 3 semanas. Assim, o Ted foi humilhado a cada semana.

Para quem quiser saber mais, vale a pena pesquisar sobre os estudos da mente do Dr. Henry Murray, que ainda tem muitas verdades escondidas. Só que parece não deixar dúvidas de que eles influenciaram a vida do Theodore.

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A pós-graduação de Unabomber

O fato é que após os estudos e o experimento em Harvard, ele se matriculou na Universidade de Michigan e conseguiu o mestrado e o doutorado em matemática nos anos de 1964 e 1967. Antes, ele passou na Universidade de Califórnia e Chicago.

Foto: (reprodução/internet)

No entanto, sem a posição de professor oferecida ou qualquer auxílio financeiro, ele optou por Michigan, onde passou a ganhar, por ano, algo como US$ 2.310. O foco dele esteve nas funções geométricas e o intelecto impressionava a todos, inclusive, professores.

Em 1967, ele foi professor da Universidade da Califórnia, Berkeley. No entanto, sem muitas explicações, o professor mais impressionante daquela Universidade renunciou ao cargo em 1969. O fato ficou noticiado como “renúncia súbita e inesperada”.

Os próximos passos do Unabomber

Após a saída da Universidade da Califórnia, ele foi morar na casa dos pais, em Illinois. E dois anos depois disso se mudou para uma cabana remota que ele mesmo construiu em Lincoln. Lá ele vivia com pouco dinheiro e sem eletricidade ou água corrente.

Foto: (reprodução/internet)

Recebia um pouco de dinheiro por alguns serviços que fazia, além de ajuda da família. Se tornou autossuficiente passando a viver de forma autônoma. Aprendeu técnicas de sobrevivência e usava a bicicleta para chegar até a cidade.

O problema é que estando dentro da floreta, ele viu que era impossível viver em paz ali com tanta gente destruindo o lugar, especialmente os projetos imobiliários e industriais. Foi assim que ele começou a sabotar os próximos desenvolvimentos.

Os ataques terroristas do Unabomber

A partir desse momento de revolta, ele começou a estudar sociologia e filosofia política, como as obras de Jacques Ellul. E mais tarde chegou a dizer que havia perdido a fé no potencial de reforma e na tendência humana.

Foto: (reprodução/internet)

Foi entre os anos de 1978 e 1995 que Kaczynski entregou diversas bombas, cada vez mais sofisticadas, e matou 3 pessoas e feriu mais 23 delas. Ao todo, foram 16 bombas atribuídas ao homem, sendo a maioria com a sigla de “FC”, algo próximo a “Freedom Club”.

Ele chegou a deixar pistas enganosas nas bombas e teve muito cuidado para criá-las, sem deixar impressões digitais.

As cartas do terrorista Theodore Kaczynski

Em 1995, ele começou a enviar várias cartas aos meios de comunicação falando sobre os seus objetivos e exigindo que o seu ensaio de 35 mil palavras, chamado de “Sociedade Industrial e Seu Futuro”, que mais tarde chamara “Manifesto Unabomber” fosse publicado.

Foto: (reprodução/internet)

Ele afirmou que se isso acontecesse, de fato, ele “desistiria do terrorismo”. O resultado foi que o Departamento de Justiça, junto ao FBI, optou pela publicação dos documentos – devido à preocupação com a segurança pública.

O jornal Penthouse se ofereceu para publicar. Mas, Theodore disse que se isso acontecesse ele implantaria mais uma bomba. No fim, a publicação aconteceu no The New York Times e no The Washington Post em 19 de setembro de 1995.

O que havia no Manifesto Unabomber

No texto, o autor fala sobre os impactos da sociedade industrial, que promovia a destruição da natureza, sendo também a fonte causadora de problemas mentais e sociais.

Foto: (reprodução/internet)

Ele pedia a liberdade humana, algo que se referia também à dignidade humana. Falava que os avanços tecnológicos eram acompanhados de destruição da nossa autonomia. Veja um trecho:

Quando um novo item tecnológico é introduzido como uma opção que o indivíduo pode ou não aceitar, isso não significa que ele permaneça opcional. Em muitos casos, a nova tecnologia altera a sociedade de tal maneira que as pessoas se veem forçadas a usá-las”. 

A prisão do Unabomber

A captura do Unabomber aconteceu em 1996. Assim, ele foi encontrado em sua própria cabana, em um estado desleixado. Na busca interna, ele mesmo revelou esconderijos onde haviam os componentes de bombas, além de 40 mil páginas escritas à mão.

Foto: (reprodução/internet)

Nesses escritos, ele falava dos experimentos da fabricação das bombas e também dos crimes que havia cometido. Havia ainda ensaios sobre uma bomba ao vivo que seria enviada ao correio. Havia ainda um manuscrito datilografado do Manifesto do Unabomber.

Vale mencionar aqui que até esse dia, ele havia sido alvo da investigação mais cara da história do FBI. A primeira caçada visava um homem chamado “Nathan”. Mas, quando o caso foi a público, todas as autoridades concordaram que Kaczynski era o envolvido nos crimes.

A confissão da culpa do Unabomber

Após a prisão do Ted houve um grande júri federal que fez 10 acusações sobre ele, como com base no transporte ilegal, envio de correspondência e uso de bombas, além de três acusações de homicídios. Os advogados buscaram a defesa de “insanidade” para evitar “pena de morte”.

Foto: (reprodução/internet)

Porém, ele mesmo rejeitou a estratégia. Em 1998, ele pediu a demissão dos advogados e contratou outro, que concordou em usar outra estratégia: uma defesa nas visões anti-tecnológicas, o que era a teoria do próprio Kaczynski.

Porém, o resultado não foi positivo e o Ted tentou se matar logo em seguida. Vários psiquiatras e psicólogos forenses avaliaram o paciente e resultaram em “esquizofrenia paranoide”. Porém, ele não era psicótico, ainda que tivesse transtorno de personalidade.

O pós-prisão de Thedore Kaczynski

Após a prisão, ele ainda lançou um livro, chamado de “Technological Slavery”, em 2010. Na obra, ele comenta que dois psicólogos da prisão o visitaram frequentemente em 4 anos e disseram que não viram indicação de que ele tinha a doença.

Foto: (reprodução/internet)

Em 1998, ele foi declarado culpado, porém, ao aceitar a culpa, ele evitou a pena de morte. Isso tudo foi em 22 de janeiro de 1998, quando ele aceitou a prisão perpétua, mas sem a possibilidade de condicional.

Em 2006, foi autorizado um leilão com os itens da cabana de Kaczynski. Os itens, chamados de materiais para a fabricação de bombas, não foram negociados. A receita do leilão foi de US$ 15 milhões e divididos entre as vítimas do Unabomber.

Todas as obras do Unabomber

Além do livro de 2010 (Technological Slavery: The Collected Writings of Theodore J. Kaczynski), o autor ainda tem mais dois livros em seu nome, sendo ambos de 2008.

Foto: (reprodução/internet)

O “The Road to Révolution: The Complete and Authorized Unabomber” é um deles, além do “Ll’Effondrement du Systeme Technologique: Unabomber”. Além disso, há o Manifesto Unabomber, que também pode ser encontrado na internet, que é de 2015.

Os presos na “Alcatraz das Montanhas Rochosas”

Além de Ted, saiba que outros presos “famosos” estão nessa mesma prisão, que é quase mítica. Um deles é o traficante mexicano Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, chamado de “El Chapo”, que também tem prisão perpétua.

Foto: (reprodução/internet)

Outros nomes são de Terry Nichols (do atentado em Oklahoma) e Dzohokhar Tsarnaev (do atentado da Maratona de Boston”.

A série Unabomber, da Netflix

Na Netflix, que atualmente é um dos principais canais de streaming do mundo, você pode encontrar a série “Unabomber: Suas Próprias Palavras”. Há uma única temporada de 12 episódios, sendo que a série está na categoria de “Documentários sobre Crimes Reais”.

Veja um trecho da sinopse: “A CIA tenta transformar Ted Kaczynski, conhecido como Unabomber, em um superagente, mas o plano dá errado. Baseado em fatos reais”. Cada episódio tem entre 40 e 50 minutos.

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