Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época

O quanto você conhece sobre a escravidão no Brasil? Que haviam navios negreiros que chegavam de variadas partes do mundo? Com pessoas que eram tratadas como sub-humanos e vendidos como mercadorias? Tudo isso é verdade, mas tem mais coisas que você ainda não sabe.

Aliás, nós já vamos dar aqui uma dica: não leia esse texto se você não tiver um estômago preparado para isso. Apesar de não ver cenas, você vai ler trechos fortes, que são quase que inacreditáveis, mas aconteceram de verdade. É algo bizarro de se pensar, veja só!

ANÚNCIO
Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Navios negreiros eram os tumbeiros

O nome “tumbeiros” para os navios negreiros, que traziam escravos da África para o Brasil, tinha motivo. Era pelo fato de que durante a travessia havia muitas mortes de milhares de africanos. E os motivos delas é o que mais choca: maus-tratos.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Além disso, também haviam mortes que aconteciam pelas más condições de higiene e por doenças que eram típicas da época, quase sempre ligadas à falta de vitaminas, como é o caso do escorbuto. É um fato tão surreal que chega a ser bizarro. Mas, aconteceu mesmo!

Haviam 3 grupos de escravos que vinha para o Brasil

A história também conta que haviam três grandes grupos de escravos que chegavam ao nosso país. O curioso disso é que eram grupos de tradições e culturas bem diferentes, o que acaba por explicar a nossa miscelânea cultural. 

ANÚNCIO
Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Um deles vinham do Sudão (eram os iorubas, nagôs). Tinha ainda o que vinham de tribos da Nigéria, sendo a maioria muçulmanos (eram os maês ou alufás). E também vinham o grupo dos bantos, que eram das colônias portuguesas de Angola e Moçambique.

Brasil recebeu 4 fases de escravos

Para atualizar as contas e facilitar o entendimento da história, alguns autores criaram as fases do tráfico negreiro de escravos no Brasil. O primeiro ciclo, por exemplo, é o do século 16 e conta sobre escravos vindos de Senegal, Gâmbia e Guiné-Bissau.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Depois, a gente tem o ciclo de Angola, com negros do sudoeste do continente africano. E teve o ciclo da Costa da Mina, com iorubas, tapas, borunus. E, por último, os de Moçambique, já no século 19. 

ANÚNCIO

Por aqui, se formavam 3 categorias de escravos africanos

Após um período em que eles chegavam de regiões distintas, saiba que por aqui também formavam categorias variadas. Uma delas era o de “boçal”, que eram o escravo negro que não falava o português. Ele era o menos valorizado de todos.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Depois, vinha o “ladino”, que falava o português. Porém, ele não tinha a mesma valorização do “crioulo”, que era um escravo negro nascido no brasil. Assim, eles recebiam melhor tratamento porque eram visados como mais brandos para a ascensão social. 

Africano era considerado peça

Outro nome que era comum naquela época era o de “peça” para o escravo que vinha ao Brasil. Isso porque eles eram vendidos em leilões públicos e eram apreciados como mercadorias mesmo. Acredite se quiser!

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Sendo assim, leve em conta que eles precisam lustrar os dentes, raspar os cabelos, aplicar óleos para esconder doenças do corpo, engordavam e tudo mais. A ideia era garantir um bom preço. Bizarro, surreal, inacreditável. Essa é a história da escravidão inicial no Brasil. 

Motivos bizarros por trás da escravidão dos negros africanos

Quando chegavam ao Brasil, isso já não importa mais para os donos de terra, senhores. Porém, é estranho pensar que antigamente existiam desculpas para escravizar pessoas negras. Quando listarmos aqui, você vai ficar de boca aberta.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Os negros se tornavam escravos quando eram prisioneiros de guerra, quando eram penhorados pelo pagamento de dívidas, quando eram trocados por comida entre comunidades ou até mesmo como pagamento de tributos entre chefes tribais. 

Escravo homem e que era adulto valia mais

É um ponto que muita gente conhece, mas vale a pena retomar aqui – porque é curioso. Quando o escravo era considerado adulto e tinha entre 12 e 30 anos, ele valia mais do que os outros porque ele poderia trabalhar mais, entre as 6 horas da manhã até as 10 horas da noite.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Ou seja, ele tinha apenas o descanso para dormir e nada mais. Além disso, vinham em uma explosão física rápida, o que quer dizer que trabalhavam cada vez mais. A partir dos 35 anos, eles já possuíam cabelos brancos, bocas sem dentes e menos vigor físico. 

Feijoada brasileira veio dessa época

Tente observar essa cena e depois faça a ligação com a nossa tradicional feijoada. Naquele tempo, os cativos recebiam um caldo ralo de feijão como refeição. A ideia era a de que eles se mantivessem no trabalho, por isso, o prato era servido.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Para enriquecer o caldo, a mistura recebia as partes dos porcos que os senhores desprezavam em suas refeições, como língua, rabo, pés e orelha. Sim, tem tudo a ver com a nossa tradicional feijoada, só que hoje em dia é um prato muito mais moderno, né. 

Crianças se misturavam entre brancas e negras

Essa talvez seja uma parte da história que as pessoas até mesmo “escondem”. Porém, em vários estudos já foi mostrado que as crianças se misturavam, seja entre brancas e negras ou livres e escravas. O que mudava era depois, quando elas faziam 7 anos.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Isso porque as crianças negras, geralmente, vindas de escravos, precisavam seguir o caminho da sua condição cultural trazida até ela: a de começar a trabalhar. Enquanto isso, as outras crianças não tinham o mesmo e dolorido destino. 

Haviam regras sobre importação de escravos

Por mais penoso que seja saber disso, considere que cada senhor de engenho podia importar 120 escravos por ano da África. Aliás, esse era um alto número se consideramos aquela idade “ideal” para eles, que fica entre os 13 e os 30 anos, né.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Ainda sobre regras, considere que também havia uma lei que estipulava o número de chibatadas máximas por dia: 50. Porém, como a gente bem sabe, essa era uma regra que não funcionava na prática.

Lazer dos negros escravos em suas senzalas

Senzala é o nome dado ao lugar que os homens e as mulheres escravos viviam. Eles eram compartimentos ou mesmo casas anexas à dos senhores. Nesses lugares, os escravos podiam cultivar mandiocas e hortaliças para consumo próprio, mas somente aos domingos.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Aliás, durante as noites de semana, para quem não estava trabalhando, havia a chance de fazer batuques e passos de danças, como é o caso da capoeira. Os senhores permitiam essa prática por um único motivo, que é bizarro: diminuía a chance de revolta deles. 

Sobre a capoeira

O fato bizarro aqui é que a gente citou a capoeira como exemplo, porém, ela ainda não tinha essa denominação. Isso porque a capoeira que conhecemos não é de origem africana e vem do tupi. Ela foi trazida de navios negreiros, mas foi adaptada e desenvolvida por quilombos

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Assim, a ideia era uma luta com dança, que mais tarde foi chamada de manifestação cultural brasileira. Há historiadores que acreditam que a ideia era “fingir” uma dança, mas se preparar para uma luta contra os senhores, em algum momento oportunidade de rebeldia. 

Escravos passaram a ter outras atividades

A ideia de trazer escravos negros para trabalhar era generalizada. Considere que conforme as cidades foram crescendo, os senhores começaram a ver nos negros uma chance de criar profissões para determinados trabalhos e ofícios.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Foi assim que nasceu o pedreiro, o vendedor de galinhas, os barbeiros, as rendeiras. A ideia era que eles ficassem focados em suas áreas de atuação para trazerem o melhor resultado possível. Em muitas vezes, a ideia era inovadora, já que o tornava especialista naquele tema.

O escravo de ganho

É a partir disso que vem a ideia do escravo de ganho. Ele era aquele que tinha a permissão do seu senhor para vender produtos na rua ou prestar serviços para outros senhores. Por exemplo, podiam vender parte da sua produção de hortaliças. 

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

No entanto, a regra era uma só: era preciso pagar ao seu senhor uma porcentagem pelo trabalho ou venda. A venda de produtos pelos escravos começou quando as atividades comerciais passaram a tomar conta das cidades.

Escravidão no Brasil durou mais do que 3 séculos

Em estudos cronológicos é possível ver que a escravidão no Brasil durou 300 anos. Ao menos, se a gente considerar os anos entre 1550 e 1888, que foi quando a abolição foi considerada. Porém, não faz sentido quando notamos que o primeiro navio de escravos chegou em 1535.

Escravidão no Brasil: esses são os fatos mais bizarros da época
Foto: (reprodução/internet)

Já a Lei Áurea é de 1888, no entanto, ela não valeu na prática, apenas na teoria por vários anos. E vale mencionar mais um ponto: por aqui, a gente tinha a agricultura voltada para a exportação como base da economia, o que beneficiava sociedades hierarquizadas. 

Número de escravos que vieram para o Brasil: 4,8 milhões

Estima-se que 4,8 milhões de escravos. Esse número foi considerado em mais de 9 mil viagens com os africanos escravizados. Isso porque o Brasil nem era conhecido ainda quando embarcações portuguesas apontaram na África. A The Trans-Atlantic Slave Trade Database é quem fez o estudo sobre o tráfico.

Há quem diga que a escravidão existia na África antes da chegada dos portugueses. Porém, era uma prática limitada, dizem quem acredita na tese. Com a chegada dos portugueses, tudo mudou. Tanto é que até 1650, a cada três navios de negros escravos, dois eram portugueses. 

Não há posts para exibir