Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment

Provavelmente você já ouviu falar no processo de impeachment, certo? Inclusive, a pauta tem sido muito discutida nos últimos anos desde o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff. Impeachment é uma palavra em inglês que significa “impugnação” ou “impedimento”. Ou seja, a autoridade fica impedida de continuar seu mandato.

O impeachment acontece quando determinadas autoridades infringem as leis e cometem crime de responsabilidade durante a sua gestão. Como consequência, a parte infratora perde o cargo e suas respectivas atribuições. Além de ficar inabilitada para exercer função pública por um tempo, como é o caso da história desses 13 presidentes que vamos contar por aqui.

ANÚNCIO
Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

13. Francis Bacon

A última vez que a Inglaterra adotou o termo impeachment foi no século 14. Inclusive, foi nesse período que surgiram os primeiros parlamentos ingleses. Como o país ainda era predominantemente monárquico, apenas ministros podiam sofrer o impedimento. O primeiro caso registrado foi o de Francis Bacon.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Francis Bacon exercia função semelhante ao que a Inglaterra chama de primeiro-ministro. Ou seja, era um cargo de muita influência na política do país. Bacon era um cientista e escritor renomado. No entanto, foi acusado de corrupção e precisou pagar uma multa alta pela suposta infração, além de ser obrigado a deixar sua função e proibido de ocupar outros cargos públicos.

Assim, o britânico encerrou sua carreira junto à coroa e deu seguimento aos projetos como cientista e escritor. Em 1626, Bacon faleceu de pneumonia. Embora, ele não tenha sido presidente. Isso porque na Inglaterra o sistema político é a monarquia parlamentar, logo, só existe rei ou rainha como chefe do Estado e o primeiro-ministro como chefe do governo.

ANÚNCIO

12. Andrew Johnson 

Já nos Estados Unidos, o sistema político se tornou compatível com o impeachment da metade do século 19. Apesar do país nunca ter impugnado nenhum presidente, o 17º governante do país, Andrew Johnson, quase foi impedido de seguir em seu mandato. Em abril de 1865, o democrata assumiu a presidência.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

O início de seu mandato ocorreu após o assassinato do até então líder do governo, Abraham Lincoln. Três anos depois, em 1868, Andrew sofreu processo de impeachment, se tornando o primeiro da história dos EUA, por violar o “Tenure of Office Act”. A lei tinha passado a vigorar no ano anterior e restringia o presidente de destituir certos cargos sem passar pelo Senado.

O impeachment foi admitido na Câmara dos Representantes com 124 votos a favor e 46 votos contra. O processo seguiu para o Senado, onde foi rejeitado. Naquela época, era necessário ⅔ dos votos para que o democrata fosse destituído do poder. Ou seja, um único voto foi capaz de livrar Andrew do impedimento.

ANÚNCIO

11. Richard Nixon

Em 1972, também nos Estados Unidos, Richard Nixon ganhou sua segunda eleição presidencial. Embora o momento fosse de manifestações nacionais contra a invasão do país na Guerra do Vietnã, Richard possuía um alto nível de aceitação. Prova disso foi o resultado das eleições apontando que ganhou em 49 estados norte-americanos.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Todavia, as coisas começaram a mudar quando o jornal Washington Post publicou que o governo de Nixon tinha participação em um roubo. O crime teria acontecido no Comitê Nacional de Campanha do Partido Democrata, oposição ao seu governo durante as eleições. Os relatos indicavam que o até então presidente teria ciência do acontecido.

Em julho de 1974, Nixon foi julgado pela Suprema Corte dos EUA com base em gravações que indicavam o conhecimento do republicado sobre o fato. Então, o processo de impeachment foi aberto na Câmara dos Representantes. Com o intuito de evitar a impugnação, o presidente renunciou ao cargo menos de um mês depois da admissão do processo.

9. Bill Clinton

A situação de Bill Clinton foi bem diferente dos exemplos citados. O norte-americano quase foi impedido de governar e não foi pelo cometimento de atos ilícitos. Em 1998, o presidente democrata foi acusado de ter mantido relações sexuais com Monica Lewinsky, estagiária da Casa Branca na época.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

O processo foi aberto na Câmara dos Representantes, mas Clinton foi absolvido pelo Senado com 50 votos contra e 50 votos a favor. O caso foi exposto quando uma deputada teve acessos às fitas em que Mônica falava sobre o suposto caso. A admissão do impeachment pelo Congresso foi com base nos crimes de perjúrio e obstrução da Justiça.

O até então presidente negou ter tido relações com a mulher, mas posteriormente foi encontrado sêmen de Clinton na roupa da moça. Naquele ano, o republicano já era casado com Hillary Clinton, que inclusive chegou a se candidatar à presidência norte-americana anos depois.

8. Carlos Andrés Pérez

Carlos Andrés Pérez foi presidente da Venezuela por dois mandatos. Em 1970, durante o primeiro mandato, o político nacionalizou diversas indústrias, enquanto no segundo mandato adotou planos de ajuste fiscal, enxugamento de despesas no setor público e privatizações. Ou seja, duas abordagens totalmente diferentes.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Em meio a essas estratégias, diversos rumores de corrupção rondavam o governo de Perez. A população venezuelana começou a ficar insatisfeita. A presidência foi alvo de dois golpes de estado comandados pelo grupo militar de Hugo Chávez, que era tenente-coronel na época. Nenhum dos golpes obteve sucesso.

Assim, em 1993, ele sofreu processo democrático de impeachment e foi impedido de prosseguir no poder. A Justiça o acusou de desviar verbas do país para um fundo secreto. Fatores como ausência de apoio político e baixa aceitação da população, Pérez teve seu mandato cassado em agosto do mesmo ano.

7. Viktor Yanukovych

O ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovych enfrentou uma onda de protestos durante o seu segundo mandato. Sua popularidade começou a cair após negar um acordo com a União Europeia e ser acusado de tentar mudar a constituição do país. Viktor chegou a dizer que estava sofrendo tentativa de golpe de Estado e se posicionou contra a renúncia.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

A oposição ao governo declarava que o presidente tinha abordagens de governo muito próximas do líder de governo da Rússia, Vladimir Putin. Os protestos, que chegaram a quase 100 dias, ficaram conhecidos como Primavera Amarela. Após declarar aos canais de comunicação que não iria renunciar, o Congresso ucraniano votou pelo seu impedimento.

Em fevereiro de 2014, Yanukovych foi removido do cargo com mais de dois terços dos votos a favor. Sem popularidade, o político foi expulso do partido que estava filiado e se isolou na Rússia. Esse foi um dos impeachments mais atuais que tiveram, chamando a atenção de todo o mundo.

6. Fernando Lugo 

Fernando Lugo, presidente do Paraguai em 2012, sofreu o processo de impeachment mais rápido do mundo. Todo o procedimento durou pouco mais de 24 horas. Tudo começou quando o Partido Colorado pediu o impedimento do político no Congresso sob o fundamento de que o presidente era responsável pela ocupação de terras do movimento sem terra.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Ainda, durante uma ação visando a reintegração de posse, 17 pessoas teriam sido mortas. Para se defender, Lugo apresentou recurso ao Supremo Tribunal do país declarando que as etapas do processo de impeachment não tinham sido conforme a lei. Entretanto, o Senado concordou com o Congresso e julgou o presidente culpado.

Apesar da Justiça paraguaia ter avaliado o processo como legítimo, a celeridade foi questionada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Países vizinhos como Argentina, Uruguai e Brasil se manifestaram contra as medidas adotadas no processo, considerando-o ilegítimo.

5. Rolandas Paksas

Rolandas Paksas foi presidente da Lituânia em 2003, mas já tinha outras passagens na política. Paksas já tinha sido primeiro-ministro e fundador do Partido Liberal Democrático, partido que concorreu à presidência. Com menos de 1 ano de posse, o presidente foi acusado de ter vínculo com a máfia russa.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Também, foi acusado de ter concedido cidadania ao dono da Avia Baltika, uma companhia de aviação, em troca de patrocínio de campanha no valor de US$ 400 mil. O parlamento lituano considerou Paksas culpado em 2004. Como consequência, deixou o cargo logo depois. Em maio daquele mesmo ano, o país passou a integrar a União Europeia.

4. Fernando Collor de Mello

Achou que o Brasil iria passar despercebido? Com certeza não. Fernando Collor de Mello foi o primeiro candidato eleito de forma direta à presidência do Brasil. Mas nem tudo foi flores, pelo contrário. Em 1990, seu irmão Pedro acusou Paulo César Farias, tesoureiro da campanha, de ser laranja no desvio de verbas públicas.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Além disso, foi instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar suposto envolvimento de PC Farias no governo e na campanha de Collor. Depois de constatarem tráfico de influência com ciência do presidente e desvio de dinheiro público, a Câmara dos Deputados abriu processo de impeachment em setembro.

Já em outubro, Collor foi afastado temporariamente do governo enquanto esperava pelo julgamento no Senado Federal. Em dezembro, antes de sua chance de defesa, o até então presidente renunciou ao cargo. Seu  mandato foi cassado, ficando inelegível por oito anos. Atualmente, é senador em Alagoas.

3. Joseph Estrada

Joseph Estrada foi presidente nas Filipinas em 1998. Durante a corrida presidencial, sua popularidade era alta, mas começou a cair logo depois de eleito. O político foi alvo de diversas denúncias de corrupção. Com base nisso, o Congresso abriu processo de impeachment após dois anos de mandato.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

As acusações eram de ligação ilícita com casas de jogos e perjúrio. O Senado votou a favor do impedimento e em janeiro do ano seguinte, Estrada foi afastado e preso. O julgamento só aconteceu em 2007, quando foi condenado à prisão perpétua por desvio de dinheiro público que chegava a US$ 80 milhões.

Todavia, um mês depois da condenação a vice-presidente do seu governo, Gloria Macapagal Arroyo, concedeu perdão presidencial. Desde 2013, Estrada é prefeito na capital das Filipinas, Manila.

2. Pervez Musharraf

Diferente dos outros casos, Pervez Musharraf se tornou presidente do Paquistão através de um golpe militar em 1999. Musharraf se autoproclamou presidente, mas não tinha qualquer intenção de adotar um regime democrático no país.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Embora sua postura fosse ditatorial e autoritária, ele tinha apoio dos EUA pois era um grande aliado do presidente George Bush. Musharraf começou a ser pressionado pelas instituições jurídicas e pela população paquistanesa, após destituir o ministro da Justiça.

Com esse cenário, os EUA resolveu retirar o apoio político, o que enfraqueceu o seu governo. Ainda, estava próximo de ser julgado politicamente e civilmente por suas condutas. Assim, decidiu renunciar ao cargo e exilar-se na Inglaterra.

1. Dilma Rousseff

Dilma Rousseff foi eleita como presidente do Brasil por duas vezes, sendo a última em 2014. Em 2015, foram protocolados 50 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. Um deles foi acolhido pelo deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara na época.

Conheça 13 histórias de presidentes que sofreram impeachment
Fonte: (Reprodução/Internet)

Em 2016, aconteceu a votação no plenário da Câmara com 367 votos a favor do processo de impeachment. Logo depois, foi a vez do Senado Federal fazer a deliberação. Os senadores também votaram pela abertura do processo, determinando o afastamento de Dilma até o julgamento. A partir de então, Michel Temer assumiu o governo.

O impeachment foi julgado com base nas denúncias de crime de responsabilidade. Dilma foi acusada de mascarar o déficit fiscal que o país enfrentava através das pedaladas fiscais. Durante o trâmite, milhares de pessoas se reuniram em manifestações ao redor do país a favor do impedimento da presidente.

Não há posts para exibir